Na última semana, a cidade de São Paulo e grande parte da sua região metropolitana foram atingidas por um forte vendaval, com rajadas de vento que ultrapassaram 98 km/h em várias áreas da capital. A intensidade dos ventos — causados pela passagem de um ciclone extratropical — foi suficiente para derrubar árvores e danificar linhas de transmissão, levando a um apagão generalizado que deixou mais de 2 milhões de imóveis sem energia por horas. O impacto afetou residências, comércios, serviços essenciais, sistemas de água e até o tráfego aéreo dos aeroportos.
Por que isso importa para condomínios
Condomínios, sejam residenciais ou comerciais, dependem da energia elétrica para funcionar com segurança e conforto. Sem eletricidade, elevadores estacionam, portões automáticos deixam de operar, iluminação das áreas comuns falha e sistemas de segurança — como câmeras e interfones — ficam desligados. Em apagões prolongados, isso representa mais do que um incômodo: pode colocar moradores em risco, especialmente idosos e pessoas com mobilidade reduzida.
Por isso, a instalação de geradores de energia em condomínios tem se mostrado cada vez mais essencial para garantir autonomia temporária diante de falhas na rede pública.
A importância de ter um gerador no condomínio
Segurança e bem-estar
Um gerador permite que sistemas críticos continuem funcionando durante uma interrupção de energia. Isso inclui:
• Elevadores em funcionamento, evitando que moradores fiquem presos.
• Iluminação de emergência nas áreas comuns, reduzindo riscos de acidentes.
• Câmeras e equipamentos de segurança ligados, preservando a proteção do condomínio.
• Portões e interfones ativos, mantendo o controle de acesso.
Além disso, condomínios equipados com geradores são vistos como mais preparados e seguros, o que pode influenciar positivamente na valorização de mercado.
Uso adequado do gerador
O comum é o gerador ser utilizado para abastecer áreas comuns, sistema de segurança, garagem e locais sociais dos prédios.
Durante o período sem energia, na última semana, moradores de condomínios que têm gerador relataram nas redes sociais o mal uso por conta de alguns condôminos. Para evitar o desligamento de itens e aparelhos eletrônicos, moradores utilizaram extensões e adaptadores de tomada não apenas para recarregar aparelhos celulares, mas para manter em funcionamento geladeiras, roteadores e outros itens. O que causou pane elétrica e o corte imediato de energia.
No Brasil, não há leis que obrigam condomínios a ter gerador. No entanto, os que dispõem do item devem ter regras e diretrizes de uso.
Prejuízo e ressarcimento
Caso o seu prédio não tenha um sistema alternativo de fornecimento de energia e você tenha tido algum tipo de prejuízo é possível solicitar o ressarcimento para a companhia.
Quem tem direito ao ressarcimento?
• Consumidores que perderam alimentos ou medicamentos por falta de refrigeração.
• Equipamentos elétricos ou eletrônicos que pifaram por variação ou interrupção de energia.
De acordo com a Enel, o consumidor tem direito ao ressarcimento de equipamento elétrico que deixou de funcionar por algum problema que ocorreu na rede elétrica. A concessionária informa ainda que o consumidor deve fazer o pedido pelos canais oficiais, no prazo de até 90 dias.
É necessário apresentar:
• Comprovante do dano (nota fiscal do produto ou orçamento do reparo);
• Relato do ocorrido (data e horário da interrupção);
• Documentos pessoais e conta de luz.
Prazos para o ressarcimento:
Inspeção do equipamento: até 10 dias corridos após a solicitação. Para equipamentos usados na conservação de alimentos perecíveis ou medicamentos, o prazo é de 1 dia útil.
Resposta ao pedido: a concessionária tem até 15 dias corridos para apresentar, por escrito, a decisão sobre o ressarcimento.
Pagamento: caso o pedido seja aceito, o ressarcimento deve ser efetuado em até 20 dias corridos após a resposta.
O apagão provocado pelos fortes ventos de dezembro de 2025 foi um sinal claro de que a dependência exclusiva da rede pública de energia pode expor condomínios a grandes transtornos. Ter um gerador não significa apenas conforto — significa segurança, autonomia e resiliência diante de eventos imprevistos.

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