Responsável por movimentar o setor econômico, a taxa Selic tem posição de destaque no mercado financeiro. Em alta ou em baixa, é comum vermos referências a ela no dia a dia, pois a Selic influencia, direta ou indiretamente, muitos setores da economia.
Um deles é o mercado imobiliário, mesmo sendo um setor de constante estabilidade, invariavelmente ele é afetado pela taxa que é a principal responsável pelos juros compostos no Brasil.
No texto de hoje você vai saber mais sobre a Selic e como ela afeta o mercado de imóveis.
O que é Taxa Selic?
De forma simplificada, a Selic é a taxa básica de juros, um índice pelo qual todas as taxas cobradas pelos bancos no Brasil se balizam. A taxa é utilizada nos empréstimos feitos entre os bancos e também nas aplicações realizadas por eles em títulos públicos federais.
Como ela é determinada?
A Selic é estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne dois dias seguidos, num total de 8 encontros anuais para definir a taxa de juros com base no contexto atual e nas expectativas futuras sobre a economia brasileira.
Frequentemente o aumento da taxa básica de juros é a alternativa do Copom para frear a inflação.
Com o aumento dos juros, as pessoas físicas tendem a comprar menos e as pessoas jurídicas também tendem a tomar menos empréstimos e a investir menos. O resultado disso é uma atividade econômica menor, o que por sua vez pode diminuir a pressão inflacionária.
Por outro lado, a redução da Selic é utilizada para aquecer a economia. Afinal, reduz-se os juros sobre os empréstimos bem como os rendimentos pagos pelas aplicações financeiras. Com isso, é estimulado o consumo das famílias e o investimento das empresas na produção.
Como a taxa Selic pode impactar o mercado imobiliário?
Quando a Selic aumenta, o custo para oferecer crédito também sobe. Quanto maior o preço ofertado, menor o volume vendido, ou seja: um aumento da taxa Selic diminui o volume de crédito concedido, desacelerando ou até diminuindo a atividade econômica.
A taxa afeta o mercado imobiliário diretamente por meio dos juros de financiamentos imobiliários. Isso ocorre porque, normalmente, a maioria das pessoas que desejam comprar um imóvel recorrem a algum tipo de financiamento.
Por ser uma operação bancária de crédito, um aumento da Selic pressiona as taxas de juros de financiamentos imobiliários a também aumentarem. Crédito mais caro, menos concessão – o que freia o mercado imobiliário residencial de compra e venda.
Em resumo, é possível entender de duas formas como acontece:
Quando a Selic aumenta, as taxas de financiamentos aumentam e ocorre a queda no número de transações de compra e venda realizadas.
Quando a Selic diminui, as taxas de financiamentos diminuem e ocorre o crescimento no número de transações de compra e venda realizadas .
Eventualmente pode acontecer da taxa subir e as operações bancárias de crédito não seguirem o aumento. Isso ocorre porque, apesar da taxa Selic ser um custo comum ao crédito bancário, cada operação tem suas peculiaridades. No caso de financiamentos imobiliários, a operação conta com uma série de particularidades, devido à importância do mercado imobiliário dentro da economia e da sociedade. Por isso, nem sempre os aumentos ou as baixas estão diretamente relacionados, de imediato.
Levando em conta o histórico de juros no país, o recente percentual de 11,75% não é tão incomum, (em julho de 2015 chegou a atingir 14,25%). Com esse patamar de juros, o rendimento dos imóveis ainda continua superior às aplicações financeiras. Além disso, em um passado não tão distante, o mercado imobiliário avançava mesmo com uma taxa de juros muito superior a essa.
Por isso, apesar dos juros altos e dos recorrentes aumentos da inflação, o mercado imobiliário ainda se mantém estável e rentável. Por ser bem estruturado, ele consegue se manter equilibrado por um período mais longo, até em situações de vulnerabilidade econômica.
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